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sexta-feira, 22 de março de 2024
Pesquisadores colocam IAs para 'conversar'
Pesquisadores da Universidade de Genebra (Unige) colocaram duas IAs para "conversarem" entre si. No estudo, eles modelaram uma rede neural artificial capaz de realizar tarefas a partir de instruções verbais e textuais que forneceu uma descrição dessas tarefas para outra inteligência artificial (IA). Esta, por sua vez, conseguiu replicá-las.
Para quem tem pressa:
- Pesquisadores da Universidade de Genebra (Unige) desenvolveram uma rede neural artificial que consegue realizar tarefas a partir de instruções verbais e textuais e transmitir esse conhecimento a outra IA. Essa "conversa" é um avanço significativo no campo da inteligência artificial (IA);
- O experimento superou a barreira de traduzir instruções em ações sensório-motoras e explicá-las para outra IA, usando um modelo de 300 milhões de "neurônios" para facilitar a compreensão e produção de linguagem;
- Uma IA foi capaz de aprender uma tarefa e ensiná-la a outra, demonstrando interação linguística e capacidade cognitiva avançada. Isso replica funções cerebrais humanas como as áreas de Wernicke (interpreta linguagem) e Broca (articula palavras);
- Este progresso na área de IA reforça a visão de especialistas como Sam Altman, CEO da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, sobre o potencial iminente da inteligência artificial geral.
O experimento, publicado na revista Nature Neuroscience, teve como objetivo testar capacidades cognitivas tipicamente humanas nas IAs, por exemplo: habilidade de aprender algo e transmitir esse conhecimento para outro indivíduo. Essa complexidade cognitiva, até então, era considerada inalcançável para máquinas, segundo Alexandre Pouget, professor da Unige.
Pouget destacou que, apesar dos avanços em IA, ainda não havia sido possível para essas tecnologias traduzir instruções em ações sensório-motoras e, subsequentemente, explicá-las para que outra IA pudesse executar a mesma tarefa. A pesquisa recente superou essa barreira, desenvolvendo um modelo de neurônios artificiais com essa capacidade dupla.
O processo envolveu o uso de um modelo existente chamado S-Bert, com 300 milhões de "neurônios", que foi conectado a uma rede neural mais simples para facilitar o aprendizado e a comunicação. Este sistema foi treinado para compreender e produzir linguagem, imitando funções cerebrais humanas.
Os neurocientistas focaram em replicar digitalmente a área de Wernicke, que interpreta linguagem, e a área de Broca, que articula palavras, por meio do treinamento das redes neurais. Foi isso que viabilizou a "conversa" entre as IAs.
Como resultado, uma IA aprendeu uma ação e foi capaz de ensiná-la à segunda IA, por meio de computadores convencionais e textos em inglês. Isso demonstra um novo nível de interação linguística entre as inteligências artificiais.
Essa capacidade de uma IA descrever tarefas para outra, permitindo sua reprodução, é um marco. Esta pode ser a primeira vez que duas IAs conseguem se comunicar dessa maneira, destacou Pouget.
O progresso na área de IA reforça a visão de especialistas como Sam Altman, CEO da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, sobre o potencial iminente da inteligência artificial geral. Isso sugere que avanços significativos na comunicação e cognição de máquinas podem ser alcançados em breve. Ou melhor: em parte, já foram.
Fonte: OLHAR DIGITAL
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