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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Monitorar testes nucleares traz benefício inesperado

Cientistas têm usado dados de sistema criado para monitorar explosões de bombas atômicas para detectar outros tipos de eventos.

Operadores de uma rede global de sensores monitoram, desde a década de 1990, testes nucleares clandestinos. Só que, com o passar dos anos, essa rede captou outros sons e estrondos no solo, no oceano e na atmosfera. Isso se mostrou um benefício inesperado para a ciência.

Para quem tem pressa:

-O Sistema Internacional de Monitoramento (IMS) fica de olho em testes nucleares clandestinos desde a década de 1990, mas também tem captado outros sons na Terra, no oceano e na atmosfera, resultando em benefícios científicos inesperados;

-O sistema tem mais de 120 estações sísmicas, 11 microfones hidroacústicos nos oceanos, 60 estações de "infrassom" que captam ruídos inaudíveis de frequência muito baixa e 80 detectores de partículas ou gases radioativos.

-Cientistas têm usado os dados do IMS para detectar eventos que poderiam passar despercebidos, expandindo o horizonte de descobertas científicas;

-Algumas descobertas notáveis incluem o monitoramento do ruído do transporte marítimo, estudo da atividade vulcânica submarina e detecção de eventos como quedas de geleiras em avalanche;

-Outra descoberta significativa foi a identificação de um grupo de baleias-anãs-azuis no Oceano Índico, possível graças ao uso da rede hidroacústica do IMS.

O Sistema Internacional de Monitoramento (IMS) - gerido pela Organização Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) em Viena, na Áustria - tem mais de 300 instalações, com sensores espalhados mundo afora.

Conforme o acesso científico aos dados se abriu, pesquisadores recorreram ao IMS, ao longo da última década, para detectar eventos que de outra forma poderiam passar despercebidos. Isso expandiu o horizonte de descobertas científicas, conforme mostrado pela BBC.

Centenas de cientistas se reuniram numa conferência em Viena, em junho de 2023, para compartilhar suas descobertas graças à rede do IMS. Confira abaixo alguns destaques sobre o que foi apresentado:

-Pesquisadores da Alemanha mostraram como os sensores hidroacústicos da rede podem monitorar o ruído produzido pelo transporte marítimo;

-Uma equipe do Japão apresentou descobertas sobre como usaram o IMS para estudar a atividade vulcânica submarina;

-Um pesquisador brasileiro falou sobre o infrassom gerado pela aurora boreal e aurora austral.

-Cientistas descreveram esforços para detectar à distância a queda de geleiras em avalanche (com base em pesquisas anteriores que usaram a rede para monitorar a formação de icebergs a partir da ruptura de geleiras na Antártida).

A rede do IMS também viabilizou outra descoberta muito importante: a de um grupo de baleias-anãs-azuis (subespécie tropical da baleia-azul) no Oceano Índico. Elas foram descobertas quando pesquisadores na Austrália decidiram ouvir um pouco mais de perto os sons do oceano usando a rede hidroacústica do IMS.

Após o teste Trinity - o primeiro teste nuclear da história, conduzido pelos Estados Unidos em 16 de julho de 1945 (aquele mostrado no filme "Oppenheimer") - e o bombardeio do Japão, as nações correram para formar seus próprios arsenais e testar armas cada vez mais poderosas.

Para evitar a escalada nuclear, o mundo precisava de uma forma de saber se alguma nação ou agente realizava testes não autorizados. Assim, na década de 1990, várias nações assinaram e ratificaram o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT).

O tratado não entrou em vigor, mas o processo criou uma norma global contra testes e levou à construção de uma rede capaz de detectar uma detonação nuclear em qualquer lugar da Terra - o IMS.

O sistema tem mais de 120 estações sísmicas, 11 microfones hidroacústicos nos oceanos, 60 estações de "infrassom" que captam ruídos inaudíveis de frequência muito baixa e 80 detectores de partículas ou gases radioativos.

Fonte: OLHAR DIGITAL

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