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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023
COP28 debate "eliminação" dos combustíveis fósseis
Até o dia 12 de dezembro, mais de 195 países debatem quais ações podem ser tomadas para controlar as alterações climáticas, durante a 28ª sessão da Conferência das Partes (COP28) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (Unfccc). No momento, é avaliada a possibilidade de incluir a meta de eliminação mundial do uso de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, em texto preliminar.
Entre a possível "eliminação progressiva" dos combustíveis fósseis e a inclusão dessa estratégia no texto final, há um longo caminho a ser percorrido em poucos dias. O desfecho do debate, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes, deve impactar o Balanço Global (GST).
Optando ou não pelo fim dos combustíveis fósseis, o compromisso destes países, onde o Brasil está incluído, é impedir que as temperaturas médias do planeta ultrapassem os 2 ºC, como prevê o Acordo de Paris, de 2015.
Fim dos combustíveis fósseis?
No momento, existem três principais propostas sobre o uso dos combustíveis fósseis em debate para compor o texto final da COP28:
- Primeira opção: a ideia é que os países se comprometem com a "eliminação progressiva, ordenada e justa dos combustíveis fósseis";
- Segunda opção: compromisso em "acelerar os esforços no sentido da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e reduzir rapidamente a sua utilização, de modo a alcançar emissões líquidas zero de CO2 nos sistemas energéticos por volta de meados do século";
- Terceira opção: caso as negociações falhem, o tema pode não entrar de forma explícita no texto final.
Mudanças de paradigma
Na visão de especialistas, a discussão sobre o fim dos combustíveis fósseis é um avanço. "Na COP anterior, os textos faziam referência à eliminação dos subsídios para combustíveis fósseis e também teve um foco na transição do carvão, que é realmente a fonte mais abundante e muito poluidora. Já o que estamos vendo agora é uma transição que inclui todos os combustíveis fósseis", afirma Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, para a Agência Brasil.
No entanto, a questão está longe de ser consenso entre os países participantes e há diferentes interesses em jogo. Em paralelo, Carlos Eduardo Young, coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que, mesmo que a primeira opção seja incluída, não há garantias de que a meta será implementada.
Para Young, é necessária a adoção de medidas concretas para reverter o uso dos combustíveis fósseis. "Não existe [hoje] como fazer essa eliminação [dos combustíveis fósseis] de forma ordenada e progressiva, porque você tem interesses contrários estabelecidos", acrescenta o especialista.
2023: o ano mais quente
Enquanto os países debatem as medidas que podem ser adotadas para conter as mudanças climáticas, as temperaturas médias de todo o planeta seguem subindo. Antes do início da COP28, os especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram uma análise em que 2023 entrará para a história como o ano mais quente.
Entre os culpados pela atual situação, está a eliminação de gases poluentes e do efeito estufa, liberados pelo uso de combustíveis fósseis. Além dos impactos das ações humanas, outros fenômenos naturais, como o El Niño, contribuem com a piora deste cenário, o que inclui o aumento dos incêndios florestais e o derretimento das geleiras.
Vale destacar que, daqui a dois anos, é o Brasil que sediará a COP30. O encontro ocorrerá em Belém, no Pará. Para 2025, a expectativa é que diferentes ações para mitigar o aquecimento do planeta já tenham sido adotadas, através desta iniciativa.
Fonte: CANALTECH
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