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sexta-feira, 22 de março de 2024

Trem na Lua: EUA investem em projeto futurista

A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa, na sigla em inglês) dos EUA concedeu um contrato à Northrop Grumman para desenvolver um conceito de ferrovia lunar. A concessão integra os preparativos para uma colônia humana permanente na Lua, bem como do estudo sobre capacidade da Arquitetura Lunar ao longo de dez anos (LunA-10).

Para quem tem pressa:

- A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa) dos EUA contratou a Northrop Grumman para desenvolver um conceito de ferrovia na Lua. O contrato visa apoiar futuras colônias humanas e a infraestrutura necessária para sua manutenção, incluindo transporte eficiente e gerenciamento de recursos naturais;

- A superfície lunar, extensa e desafiadora, exige soluções de transporte robustas como ferrovias para conectar instalações e suportar operações. As ferrovias são consideradas alternativas ao transporte por veículos, que podem danificar permanentemente o terreno lunar;

- A construção da ferrovia lunar enfrenta desafios técnicos, como o manejo da poeira abrasiva lunar, que afeta trajes e equipamentos. Assim, a empresa contratada explorará as necessidades técnicas e logísticas para construir uma rede ferroviária na Lua.

Operar um trem na Lua pode parecer absurdo, mas há lógica (bem sólida, diga-se) por trás desta ideia. Mesmo quando os primeiros astronautas pousaram no Mar da Tranquilidade, na Lua, em 1969, percebeu-se que uma presença humana permanente em Marte exigiria infraestrutura para mantê-la. Isso inclui minas para gelo de água, usinas nucleares, fábricas. E ferrovias.

Embora muitos pensem que a Lua seja pequena, o satélite natural é bem grande. Para você ter ideia, a área de superfície lunar é três vezes maior que a área terrestre da América do Sul. Numa extensão tão grande, mesmo uma presença limitada exigiria algum tipo de sistema de transporte para conectar várias atividades e postos avançados.

Ferrovias, sejam trilhadas ou com sistemas de levitação magnética (Maglev), fazem bastante sentido neste cenário, segundo o New Atlas. Além de seu valor logístico, elas são uma maneira de lidar com um dos principais problemas da Lua - a poeira, que é extremamente abrasiva e corrosiva.

Devido à falta completa de água, a eletricidade estática da poeira faz com que ela grude em trajes espaciais e equipamentos, tornando-os não apenas sujos, mas com vida útil reduzida. Viajar de trem reduziria muito o contato entre humanos e poeira à medida que se deslocam de um lugar para outro no satélite natural.

Outra consideração são os trilhos. Buggies lunares poderiam e certamente serão usados, mas eles desgastam a superfície lunar. Na Terra, deixar rastros geralmente significa que eles desaparecerão devido à chuva e erosão. Na Lua, eles permanecem intocados por bilhões de anos. Mesmo por razões estéticas, minimizar esse tipo de dano seria bom.

O novo contrato abrange alguns dos aspectos básicos do desenvolvimento da tal ferrovia na Lua. A Northrop Grumman precisa:

- Resolver as interfaces e recursos necessários para construir uma rede ferroviária lunar;

- Listar custos previsíveis, riscos tecnológicos e logísticos;

- Desenvolver protótipos para design e arquitetura conceitual;

- Descobrir como construir a ferrovia com robôs;

- Lidar com problemas de nivelamento da linha férrea, construção de suas fundações, assentamento dos trilhos e questões contínuas (inspeção, manutenção e reparo).

"Este investimento em pesquisa de desenvolvimento mantém nossa tecnologia na vanguarda de soluções de próxima geração", disse Chris Adams, vice-presidente e gerente geral de sistemas espaciais estratégicos da Northrop Grumman. "Com nossa experiência comprovada na integração de sistemas complexos e serviços autônomos comercializados, continuaremos a criar mudanças duradouras para um ecossistema espacial sustentável."

Fonte: OLHAR DIGITAL

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